sábado, 14 de fevereiro de 2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mal entendidos....

Ontem a minha mãe foi a Lisboa e quando chegou a casa disse-me:

- Sabes quem te mandou muitos beijinhos? A Carla e as irmãs!
E eu disse:
- A Carla..... que saudades..... Como é que ela está?
Depois disse-me:
- Sabes, a Carla acha que ficaram chateadas e por isso se deixaram de falar... e se afastaram.
Ao que eu lhe disse:
- Nada disso, o que se passou é que a partir do momento que ela começou a namorar, eu não me sentia bem no meio dos dois, nunca gostei de fazer de velinha e depois de se casar as vidas modificaram-se como é natural, ela foi morar para outro local e eu comecei o curso de computadores.

Também é verdade que sempre fui muito esclusiva em termos de amizades. Era selectiva e possessiva. Mas isso é um defeito meu, quando gosto de alguém dou-me a 200% e claro que quando se trata de amizades ou namorados sofro bastante, mas enfim, daí se tiram grandes lições de vida.

Mas voltando à Carla, NUNCA me zanguei com ela e sempre me lembrei dela, e até por vezes quando ela vinha à casa dos pais eu escondia-me atrás da cortina para a ver e matar saudades da minha amiga/mana de muitas brincadeiras/aventuras.

E não sei se alguma vez irás ler este texto, mas nunca me poderia esquecer de ti nem de toda a tua família que me apoiou num dos piores momentos da minha vida, existem pessoas e actos que nunca se esquecem!!!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Silêncio em mim

Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar.

Às vezes, é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem a dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer.

E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração a bater desordenadamente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e que faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.

Às vezes, é preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que mais se teme dizer, arrumar a casa e a
cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um deus qualquer que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de mudar é sempre mais forte, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.

Às vezes, mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor.

Às vezes, é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.

Às vezes, é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não
pedir nem dar, não aceitar nem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio, paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar.

Desconheço o autor

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo… isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida.... isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... isto é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...

Francisco Buarque de Holanda